
Repare
MANIFESTO
A expressão REPARE para nós, povo baiano carrega uma conotação profunda e diversa – Reparar – olhar com a arte de ver além. Enxergar com o coração e coragem, com escuta e carinho, na brincadeira . "Repare, veja aqui, se ligue!"
Agô para chegar!
Bem-vindos navegantes;
Repare é uma plataforma que intui fertilizar o cultivo de pensamentos críticos. Não somos neutros. Queremos apoiar a construção de imaginários radicais, imaginários além da esperança.
Estamos nos dedicando a construir um arcabouço que nos oriente a encontrar caminhos para o enfrentamento na luta pela vida. Desincrustando marginalidades e reparando potencialidades. Revigorando os saberes emancipatórios que existem nas costuras de reciprocidade e afeto. Subvertendo o sentido ainda muito “canguinha” que temos sobre reparação social no Brasil.
O Repare é também Um Ebó de Prosperidade!
Um rezo de reconhecimento a força e resistência do povo das florestas, do povo preto que veio de África, e à todes misturades das fronteiras que montam a base para construir um mundo mais justo. Asé!
Queremos abrir uma grande roda que impulsione a criação de gestos de mais cuidado. gestos simples, gestos menores. gestos repara-dores! Aspirando equilibrar a variação das diferenças comunitárias de raça, de classe e tantas outras que nos separam. Estamos interessades em coligações de aliades dispostos a atravessar essa “zona desconforto” histórica ao encontro da liberdade e justiça social para se juntar nessa Roda. Dê seus pulos e vem pra Roda!
A aridez que chega sem pedir licença, racha os solos férteis da cultura local. Vem como um sopro que encolhe a alma baiana e suas expressões próprias. Essa aridez se expande lacerando como feridas. Rachaduras, fendas brutais entre pessoas e grupos. O que fazer para conseguir navegar nos campos desidratados do território? Como podemos reparar, limpar, tratar, cuidar desta ferida/fenda que nos separa? Como podemos combater a aridez? Como devolver ânimo, vitalidade, potência e fé para as histórias do território?
Com a visão que vai além, com os olhos que tudo vêem, prestamos atenção com presença, arte e pesquisa. Nutrindo matas ciliares sociais para criar possibilidades de bio-diversidade. Acreditando na água que brota do chão cultivado de memórias do território que alimentam o desejo coletivo de prosperidade. Intencionamos construir um barco para navegar nas frestas. Onde possamos continuar aprendendo respeitosamente, enquanto navegamos pelas complexidades e injustiças sistêmicas que enfrentamos. Pouco a pouco vamos criando um campo fértil para habitarmos com resiliência. Regenerando e quebrando o ciclo de exploração que nos trouxe até aqui. Ao precipício da existência.
É urgente prestar atenção. Reparar em como nossa forma de agir no mundo impacta tudo que está ao nosso redor. Otimizar partilhas mais generosas, é para ontem!
De Reparação. De Reconhecimento.
Quer chegar na fronteira para montar a base e navegar?
NO NOSSO NAVIO PIRATA.
Não navio negreiro. Não navio cruzeiro.

Onde
estamos
Estamos em Serra Grande no Litoral Sul da Bahia, onde o que restou da mata atlântica nos abraça resguardando uma das maiores biodiversidades do planeta. Território de praias belas e águas mornas, de rios, mangues e cachoeiras...

